07 abril 2015

Por ter esperança!

Há muito que não vinha para este meu cantinho na internet. Talvez por não sentir necessidade de contar histórias, partilhar iniciativas, desabafar para "o vazio" aquilo que não consigo dizer em alta voz, porque a escola me ocupa demasiado tempo ou porque as redes sociais acabam por nos roubar indevidamente tempo precioso para nos dedicarmos a estas coisas. No entanto e porque a vida dá muitas voltas, nem sempre nos sorrindo, senti necessidade de passar para as palavras aquilo que sinto bem fundo no peito e que me angustia. 

Ao longo dos meus 37 anos sempre ouvi dizer que as relações, tal como a vida, são feitas de altos e baixos. Que o amor por alguém permanece mas a relação esfria com o passar dos anos. Que a base dos relacionamentos é facilmente abalável. Que os problemas de ordem financeira abalam a harmonia de uma relação, entre muitas outras frases que todos certamente já escutamos algures.
Nunca quis acreditar nestas coisas. Talvez por me considerar um romântico incurável. Um explorador incansável por coisas novas ou pelo ideal numa relação.

Na realidade, mesmo tendo esta perspectiva mais optimista, acabo por me deixar "ir abaixo" quando sinto que a minha relação não está em forma.
A falta de confiança entre um casal é uma das coisas mais duras que se pode sentir numa relação. Pelo menos do meu ponto de vista e a analisar pelo que tenho sentido/vivido nos últimos tempos. Isso associado a "diz-que-disse", mentiras, encobrimentos, amigos do alheio, ausência de comunicação, ausência de demonstração de afectos, traições, etc, etc, etc, faz-nos desmotivar quase a um ponto sem retorno.
Não digo que tudo tenha sido feito pela mesma pessoa. Algumas das coisas foram feitas por ambas. Sei que também tenho culpas no cartório. No entanto, talvez por ainda continuar a amar - como amo desde os primeiros dias - acabo por perdoar, desculpar ou aceitar alguns erros cometidos pela pessoa que me acompanha há 8 anos ou porque por problemas do dia-a-dia acordou com mau-feitio ou teve um dia extenuante de trabalho.
Ao fim de algumas semanas/meses começamos a sentir-nos mal connosco mesmo e começamos a pensar... mas... então e eu? Não mereço uma palavra de apreço? De carinho? Um amo-te espontâneo e genuíno? Um perdoo-te por um erro cometido no passado, tal como eu já perdoei? Uma chance de voltar a ser feliz contigo? Uma conversa franca e honesta? E as conversas de "chats" nunca contadas? Uma demonstração de vontade em melhorar a forma em que se encontra a relação? E as conversas que tinha-mos e deixamos de ter? E o contares o que te excita ou te apetece sexualmente?
Tantas dúvidas. Tantas questões. A falta de respostas. Tanta coisa para conversar.

Se me sinto bem? Se estou motivado para levar a minha vida para a frente?
Não! Vá-se lá saber porquê.

A verdade é que após 8 anos começo a sentir que todas estas situações (que descrevi no inicio do 2º parágrafo e mais algumas) são mesmo verdade. As pessoas tinham razão quando as disseram. O mais grave é que o ultrapassar das mesmas torna-se mais complexa dado que não depende apenas de um dos elementos do casal. Por vezes sinto-me como se nos encontramos num barco a remos e que sou o único a fazer o esforço para que o barco regresse a águas calmas e a um porto seguro.
Sei que posso não ser o único a passar por tudo isto. Que ele também poderá estar a passar. Mas... a ausência de diálogo mata-me! 

Continuo verdadeiramente a acreditar num futuro risonho para a minha relação, embora a esperança se vá desvanecendo de dia para dia. Resta saber se o sentimento que sinto vai ser forte o suficiente para conseguir voltar a um "ponto de restauro" da relação de há alguns anos atrás, quando tudo estava bem.
Só sei que neste momento choro e sofro por amar tanto. Por desculpar tanto. Por perdoar tanto. Por acreditar tanto.
Por ter esperança!

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