O sentimento de amor é o mais puro, verdadeiro e sincero que se pode ter por outro ser.
Embebido pela última semana de férias acabei por estar mais tempo com "o meu amor"... o ser que eu mais quero a meu lado até ao fim dos meus/nossos dias. Inevitávelmente acabei também por sentir aquilo que poderá ser estarmos presentes um para o outro todos os dias. Dormir, acordar, passear, trabalhar, fazer as compras do dia-a-dia, assistir a um filme ou simplesmente um café numa esplanada... tudo isso me fez querer mais, e mais, e mais. Afinal é bom receber o carinho, atenção e amor da pessoa que para nós é a mais importante e por quem nós suspiramos e desejamos todo o tempo. Não existe tempo pra pensar em saudades da ausência criada pela distância fisica e geográfica que nos separa semanalmente.
Mas... as férias acabam... e com elas terminam também esses momentos de calma que nos inundam.
De regresso à cidade natal regressa também a solidão. A sensação de vazio, como se de um buraco no peito se tratasse, por ter "o meu amor" longe de mim. Embora saiba que está sempre comigo (no coração e no pensamento) acaba por ser insuficiente deixando-me triste e repleto de saudade... palavra tão portuguesa e que não tem tradução em mais nenhuma lingua (pelo menos com a carga emocional que lhe atribuimos).
Os sonhos é que me dão alento nestes momentos... o sonho de um amanhã melhor em que a distância não exista...
Ter um sonho, um sonho lindo,
Noite branda de luar,
Que se sonhasse a sorrir...
Que se sonhasse a chorar...
Ter um sonho, que nos fosse
A vida, a luz, o alento,
Que a sonhar beijasse doce
A nossa boca... um lamento...
Ser pra nós o guia, o norte,
Na vida o único trilho;
E depois ver vir a morte
Despedaçar esses laços!...
...É pior que ter um filho
Que nos morresse nos braços!
(Florbela Espanca)
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